O banco foi roubado.
Havia três pessoas no carro preto, o motorista olhou pelo retrovisor e viu uma viatura da polícia se aproximar com a sirene ligada.
— Encostem o carro agora! — Ordenou um dos policiais pelo alto-falante, e, em seguida, prosseguiu dizendo para o rádio — Encontramos um carro suspeito que se encaixa na descrição.
— Será que fizemos alguma coisa errada? — Disse uma mulher sentada no banco da frente do veículo preto.
— Acho que não, Marta. — Respondeu um homem no banco detrás.
Logo o carro preto parou num canto da estrada. Em seguida, dois policiais, saíram da viatura.
— Desçam do carro. — Disse o oficial.
Os três praticamente pularam para fora do carro. Marta estava aflita e visivelmente nervosa. Os homens pareciam mais calmos.
— Carteira de motorista e documentos, por favor. — Falou o policial Bernardo — Sergio? Esse é seu nome?
— Sim, senhor. — Respondeu Sergio.
— Vocês dois, documentos — prosseguiu —, Marta e Lucas?
— Sim, senhor. — disse Lucas.
— É... Sim, senhor. — Marta tremeu.
— Onde está o dinheiro? — perguntou Bernardo.
— Do que você está falando? — Sergio se assustou.
— Do roubo ao banco! Três ladrões encapuzados roubaram o banco e fugiram num carro preto e do mesmo modelo do que o de vocês.
— Não fomos nós! — exclamou Marta com um pouco de suplicia na voz.
— Não me faça de tolo! Marcos — Bernardo olhou para o outro policial — reviste-os.
Marcos revistou cada um dos suspeitos, menos Marta. Porém essa alegou não ter nenhuma arma e mostrou os bolsos que estavam todos vazios.
— Estão todos limpos. — Disse Marcos.
— Agora reviste o carro. — Falou Bernardo.
— Ai, não... — suspirou Marta.
— Vamos ver se não encontramos alguma coisa. — Insistiu o policial Bernardo.
— Cara, ele já disse que não fomos nós, não precisa disso! — Protestou Lucas.
Bernardo encarou Lucas nos olhos, mas nada disse.
Marcos revirou o carro de ponta cabeça, porém não encontrou nada suspeito. Então, ele se aproximou do porta-malas.
— Não! — Marta deixou escapar.
— Calma Marta! Vai dar tudo certo... — Murmurou Lucas.
— Já dissemos que não estamos com dinheiro nenhum! — Exclamou Sergio.
— Continue Marcos. — Disse secamente Bernardo.
Marcos abriu o porta-malas e deu de cara com uma mala e algumas roupas pretas.
— Veja o que tem dentro da mala. — Mandou Bernardo.
— Está trancada. — Resmungou Marcos.
— Onde está a chave? — Gritou o outro policial.
Sergio começou a procurar a chave em suas roupas de forma nervosa e disse:
— Acho que perdi, não estou encontrando!
— Deixem de brincadeira! — Berrou Bernardo.
— Não estamos brincando. Não foi agente que roubou o banco! — Retrucou Marta.
— E essas roupas? E a mala? — Indagou Marcos.
— Nós somos atores... atores. Estávamos fazendo uma pe-pe-peça... — gaguejou Marta.
— Dentro da mala tem outras roupas. — Completou Lucas.
— Chega! Vamos todos para a delegacia!
Os suspeitos ficaram meio hesitantes.
Na delegacia, cada um deu seu depoimento:
— Vocês tem álibi? — Questionou o delegado.
— Claro, temos uma nota fiscal de um posto de gasolina na hora do roubo e os funcionários de lá podem nos reconhecer. — Respondeu Marta.
— Por que vocês não disseram isso para o policial?
— Ele não perguntou. — Dessa vez Lucas.
— E a mala? — Interrogou o delegado.
— Pode arromba-la. — Permitiu Sergio.
Dentro da mala havia somente roupas.
— Estão liberados, desculpem pelo o transtorno.
Eles saíram às pressas da delegacia.
— Ufa! Ainda bem que ocorreu tudo bem. — Marta deu um suspiro.
Sergio pegou seu telefone celular e discou um número.
— Deu tudo certo. Vamos dividir o dinheiro do roubo em seis partes iguais, nós três que se passamos por vocês e vocês, os ladrões. Mas, claro, tudo graças ao carro que era idêntico ao de vocês. Podem sair do esconderijo e sigam exatamente a nossa rota, ela está livre de policia agora, mas tenham cuidado.
A voz do outro lado da linha disse alguma coisa e desligou.
— Somos ótimos atores. — sussurrou Lucas com um sorriso malicioso.
Muito bom, Gustavo! Sem dúvida um texto que consegue prender o leitor. É interessante a forma com que em cada trecho minha ideia mudava, pois pensei tanto na inocência do pessoal do tal carro preto quanto na culpa ao decorrer do texto. E ao final, mesmo que imaginando que poderia ser assim o desfecho, ainda me surpreendi! Muito interessante sua forma de escrever! Continue com esse trabalho e essas boas ideias, e invista mesmo nelas! Abraço cara! Até mais o/
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